O Neoclassicismo
O
Neoclassicismo surgiu em meados do século XVIII como uma rejeição ao Rococó e ao
Barroco tardio. Os artistas neoclássicos queriam um estilo que conseguisse
expressar ideias morais sérias, como, por exemplo, os conceitos de justiça,
honra e patriotismo. Ansiavam por recriar o estilo simples e majestoso da
Grécia e da Roma antiga. Alguns obtiveram êxito, mas o movimento padecia de
certa falta de vivacidade, um espírito de estreiteza acadêmica. Este momento
caracteriza-se principalmente pela revalorização dos valores artísticos gregos
e romanos, provavelmente estimulada pelas escavações e descobertas que estavam
sendo realizadas no período nos sítios arqueológicos de Pompeia, Herculano e
Atenas. Os heróis gregos e a simplicidade da arte eram alguns aspectos
extremamente admirados dessas civilizações. A valorização do passado que o
Movimento propôs é uma de suas principais características que levam a uma boa parte
dos críticos crerem que o Neoclassicismo pode ser visto como uma face do
Romantismo. O estilo neoclássico na França recebeu um grande auxílio dos ideais
da Revolução Francesa de 1789 para se popularizar. Napoleão foi um grande
incentivador do movimento, estimulando construções como a Igreja de Maria Madalena,
com inspirações clássicas como os templos coríntios romanos.
É
importante ressaltar o fortalecimento das "Academias" como
instituições de ensino de arte e organizadoras de exposições de trabalhos de seus
membros. Foram extremamente importantes para a sobrevivência do Neoclassicismo
na pintura e na escultura. As Academias representam mais um elo da Arte com a racionalidade
da Arte Neoclássica. As pessoas deveriam dirigir-se às Academias e “aprender”
Arte. Este “aprendizado” se daria pelas técnicas (perspectiva, sombreamento,
etc.) e pelas convenções (céu azul, terra ocre, etc.) ensinadas pelos professores
destas academias, sempre de acordo com as ideias do Neoclassicismo.
Jacques-Louis David (1748 - 1825) é considerado um dos principais pintores
neoclássicos, bastante prestigiado pelo governo após a revolução francesa,
realizando trabalhos como desenhos de trajes e cenários para eventos oficiais,
como o "Festival do Ser Supremo", em que Robespierre autodenominava-se
Sumo Sacerdote. O espírito heroico dos gregos e romanos era um valor que os
franceses gostariam que estivesse associado ao seu próprio país após a
Revolução. David era ainda membro da Royal Academy. "Marat Assassinado",
de 1793, que de uma maneira simples, representou heroicamente a morte do
revolucionário (e amigo de David) Marat, assassinado por Charlotte Corday, é considerada
uma de suas melhores obras. Mostra o líder francês morto, debruçado em sua
banheira, segurando uma petição (que provavelmente fora lhe dada por Charlotte
na intenção de distraí-lo), uma caneta com a qual tencionava assinar o papel e a
faca com que o crime fora realizado.
Jean-Auguste
Dominique Ingres (1780 - 1867) foi um dos alunos e seguidores de David e é
outro importante pintor, também conhecido pelas discussões públicas que tinha
com Delacroix, defendendo o Neoclassicismo enquanto seu rival defendia o Romantismo.
Suas obras eram marcadas principalmente pelo domínio técnico, precisão e
clareza. Tinha profunda admiração pela antiguidade clássica e pelo trabalho de seu
mestre, David. "A Banhista de Valpiçon", de 1808, é um bom exemplo de
seu trabalho, com suas formas, contornos, textura e composição simples, demonstrando
alto domínio técnico ao representar uma mulher nua sentada numa cama. "A
Grande Odalisca”, de 1814, é outro quadro de Ingres em que se utiliza de uma
mulher nua com contornos baseados na arte clássica.
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