sexta-feira, 15 de março de 2013

O NEOCLASSICISMO 2


O Neoclassicismo
O Neoclassicismo surgiu em meados do século XVIII como uma rejeição ao Rococó e ao Barroco tardio. Os artistas neoclássicos queriam um estilo que conseguisse expressar ideias morais sérias, como, por exemplo, os conceitos de justiça, honra e patriotismo. Ansiavam por recriar o estilo simples e majestoso da Grécia e da Roma antiga. Alguns obtiveram êxito, mas o movimento padecia de certa falta de vivacidade, um espírito de estreiteza acadêmica. Este momento caracteriza-se principalmente pela revalorização dos valores artísticos gregos e romanos, provavelmente estimulada pelas escavações e descobertas que estavam sendo realizadas no período nos sítios arqueológicos de Pompeia, Herculano e Atenas. Os heróis gregos e a simplicidade da arte eram alguns aspectos extremamente admirados dessas civilizações. A valorização do passado que o Movimento propôs é uma de suas principais características que levam a uma boa parte dos críticos crerem que o Neoclassicismo pode ser visto como uma face do Romantismo. O estilo neoclássico na França recebeu um grande auxílio dos ideais da Revolução Francesa de 1789 para se popularizar. Napoleão foi um grande incentivador do movimento, estimulando construções como a Igreja de Maria Madalena, com inspirações clássicas como os templos coríntios romanos.
É importante ressaltar o fortalecimento das "Academias" como instituições de ensino de arte e organizadoras de exposições de trabalhos de seus membros. Foram extremamente importantes para a sobrevivência do Neoclassicismo na pintura e na escultura. As Academias representam mais um elo da Arte com a racionalidade da Arte Neoclássica. As pessoas deveriam dirigir-se às Academias e “aprender” Arte. Este “aprendizado” se daria pelas técnicas (perspectiva, sombreamento, etc.) e pelas convenções (céu azul, terra ocre, etc.) ensinadas pelos professores destas academias, sempre de acordo com as ideias do Neoclassicismo. Jacques-Louis David (1748 - 1825) é considerado um dos principais pintores neoclássicos, bastante prestigiado pelo governo após a revolução francesa, realizando trabalhos como desenhos de trajes e cenários para eventos oficiais, como o "Festival do Ser Supremo", em que Robespierre autodenominava-se Sumo Sacerdote. O espírito heroico dos gregos e romanos era um valor que os franceses gostariam que estivesse associado ao seu próprio país após a Revolução. David era ainda membro da Royal Academy. "Marat Assassinado", de 1793, que de uma maneira simples, representou heroicamente a morte do revolucionário (e amigo de David) Marat, assassinado por Charlotte Corday, é considerada uma de suas melhores obras. Mostra o líder francês morto, debruçado em sua banheira, segurando uma petição (que provavelmente fora lhe dada por Charlotte na intenção de distraí-lo), uma caneta com a qual tencionava assinar o papel e a faca com que o crime fora realizado.
Jean-Auguste Dominique Ingres (1780 - 1867) foi um dos alunos e seguidores de David e é outro importante pintor, também conhecido pelas discussões públicas que tinha com Delacroix, defendendo o Neoclassicismo enquanto seu rival defendia o Romantismo. Suas obras eram marcadas principalmente pelo domínio técnico, precisão e clareza. Tinha profunda admiração pela antiguidade clássica e pelo trabalho de seu mestre, David. "A Banhista de Valpiçon", de 1808, é um bom exemplo de seu trabalho, com suas formas, contornos, textura e composição simples, demonstrando alto domínio técnico ao representar uma mulher nua sentada numa cama. "A Grande Odalisca”, de 1814, é outro quadro de Ingres em que se utiliza de uma mulher nua com contornos baseados na arte clássica. 
































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