sábado, 31 de março de 2012

GRAFITAGEM

                              O Graffiti

     Das paredes das cavernas até os dias atuais

O chamado Homem de Cro-Magno, há aproximadamente 25 mil anos, ainda habitava as cavernas e em seu cotidiano fazia rituais que ele considerava vitais, pois por meio deles, cultuava os deuses em que
acreditava. Esses deuses são hoje chamados de “animistas” que são os elementos da natureza como o sol, a lua, o vento, a chuva, ou seja, elementos que o homem pré-histórico podia perceber e que influenciavam diretamente em sua vida.
Foi com intenção ritualística que surgiram as primeiras pinturas rupestres que constituem registros que permanecem até a atualidade e auxiliam inclusive na compreensão, por parte de historiadores e arqueólogos, sobre como era a vida naquela época.
 Períodos da Pré-história:
A Pré-história está dividida da seguinte forma:
Paleolítico Inferior (c. de 500.000 a c. de 30.000 a.C.);
Paleolítico Superior (c. de 30.000 a c. de10.000 a.C.);
Neolítico (c. de 10.000 a.C. até o surgimento da escrita a c. de 3.000 a.C).
O “artista-caçador” da Pré-história, ao representar os animais nas paredes das cavernas, acreditava dominá-los. No Paleolítico Superior, ele supunha que, pintando o animal, seu grupo conseguiria capturá-lo durante a caçada. Observe a imagem:
                                                        
   O “artista-caçador” escolhia uma parede de difícil acesso para pintar, e lá retratava o animal tal qual era visto na natureza, utilizando como material o carvão, a seiva de plantas e de frutas, argila, fezes e sangue de animais. Nessas paredes, as pinturas costumavam se repetir muito, umas sobre as outras como ocorre no Touro Negro. Isto levou alguns pesquisadores a afirmar que para o homem pré-histórico, não era só a imagem do animal que era mágica, mas a própria parede da caverna.
                                                   O Graffiti no Egito

No Egito Antigo, país localizado na região nordeste da África, em aproximadamente 3000 a.C., a parede já era usada para desenhar e fazer baixos relevos com a intenção de registrar a sua história das dinastias e de sua mitologia. O povo egípcio acreditava que após a sua morte,
poderia viver eternamente no “Mundo dos Mortos”, se tivesse lido o “Livro dos Mortos” que comentava sobre os deuses egípcios. Mas eles só poderiam viver neste mundo, desfrutando de tudo o que tiveram em vida, após um julgamento, conhecido como “Julgamento de Osíris”. O Faraó contratava artesãos e escribas para, nas paredes das pirâmides, registrar com desenhos detalhados a sua vida. Mas, para que o corpo do faraó se mantivesse intacto para esta nova vida, era necessário mumificá-lo. A representação dos personagens nestas paredes obedecia a um padrão conhecido como “Lei da Frontalidade”, segundo o qual as figuras eram representadas com o tronco de frente, as pernas, braços e cabeça de lado. Quanto mais importante o personagem, maior o espaço que sua representação ocupa na parede, obedecendo-se à seguinte hierarquia: primeiro o Faraó, em seguida sacerdotes, depois militares, camponeses e por último escravos.
                                                    

                         A Parede na Idade Média

A Idade Média ocorreu entre os séculos V, que tem como marco a queda do Império Romano, e o XV, quando inicia o Renascimento. No início da Idade Média, os bárbaros invadiram a Europa ocidental e destruíram muitas das construções e obras de arte. Mais tarde foram construídos os grandes castelos, como esses que vemos nos livros de contos de fadas. Nesta época, as religiões pagãs entraram em declínio e a Igreja e o Cristianismo passaram a dominar a Europa. Neste período também ocorreu a Santa Inquisição, em que aqueles, considerados pagãos ou hereges, eram perseguidos e, muitas vezes, mortos em nome de Deus.
Na Idade Média, temos três períodos artísticos: o Bizantino, o Românico e o Gótico. Neles há uma ênfase no mundo espiritual, em detrimento do mundo físico, daí resulta que as imagens sofrem uma esquematização, não havendo preocupação com a perfeição anatômica. As principais técnicas utilizadas eram o mosaico e o afresco.
                  A Parede Urbana como Suporte
Na década de 1960, os jovens do Bronx, NY, EUA, começaram a utilizar o spray para escrever nas paredes da cidade. Esse tipo de manifestação ocorreu de forma paralela ao hip hop, justificando talvez a estreita relação entre eles. Os primeiros adeptos deste movimento eram chamados “writers” (escritores) e costumavam utilizar as paredes para escrever seus nomes e frases de protesto. Aqui no Brasil, estas pessoas são chamadas de “grafiteiros”, e também realizam seus trabalhos nos muros das cidades. Mais tarde, alguns artistas, em busca de novas técnicas, começaram a utilizar esta linguagem, e foi desta forma que o grafite passou a ser considerado Arte. Os nomes dos artistas mais conhecidos são: Jean-Michel Basquiat, Keith Haring e Kenny Scharf. Já no Brasil, alguns dos nomes mais conhecidos são: Alex Vallauri, Matuck e Zaidler.

                       Graffiti X Pichação

Experimente perguntar a um grafiteiro o que ele pensa sobre pichação
ou sobre o pichador? Certamente, no meio de sua resposta, haverá uma afirmação semelhante a esta: “grafite é arte, pichação é lixo”. E é verdade, não é à toa que normalmente, chamamos de grafite a pintura na parede com intenção artística e de pichação, a pintura na parede que simplesmente depreda, destrói. Mas a diferença não é só esta. O grafiteiro normalmente tem ordem do proprietário da “parede” para fazer a pintura, pois o que ele faz embeleza a cidade, já o pichador pinta de forma desordenada, destrói o patrimônio alheio e torna o aspecto da cidade sujo,
feio e perigoso. É por isto que não devemos chamar o grafiteiro de pichador. Então, não faça lixo, faça Arte e torne sua cidade cada vez mais gostosa
de se viver e se visitar. Aliás, depredar o patrimônio alheio, seja público ou privado, é crime previsto no Código Penal Brasileiro. Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia. Pena: detenção de 1(um) a 6(seis) meses, ou multa. (Código Penal Brasileiro, Decreto-Lei nº 2848 de 07 de dezembro de 1974, Título II, Capítulo IV: do Dano Art, 163)










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