quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

O FREVO

                        Homenagem
                      O dia do frevo
               
                  Hoje, dia 09 de fevereiro, estamos comemorando o Dia do Frevo e para homenagear este dia vou relatar algumas curiosidades sobre este ritmo da cultura pernambucana.
                  O Frevo como música tem sua origem no repertório das bandas militares em atividade na segunda metade do século XIX no Recife. O maxixe, o tango brasileiro, a quadrilha, o galope e, mais particularmente, o dobrado e a polca-marcha, combinaram-se, fundiram-se, dando como resultado o frevo, criação do carnaval do Recife ainda hoje em franca evolução musical e coreográfica.
                  Do verbo ferver originou-se o vocábulo frevo, no que são de acordo todos os estudiosos do assunto. Mas vale lembrar que este verbo, em sua forma de pronúncia era usada pelas camadas menos letradas da população, frever, encontra-se presente em autos populares já no século XVIII, como afirma Francisco Pacífico do Amaral (1884), ao relatar as festas em homenagem ao governador José César de Menezes, ocorridas em 19 de março de 1775, quando dois “eremitas”, Antão e Barnabé, cantam dentre tantas essa quadrinha: “Dizei bem, vá de função, / Ferva o meu padre a folia / Bebamos, que a tudo chegam / As esmolas das caixinhas”.
                  Por sua vez, Luís de Guimarães Júnior (1845-1898), em conto publicado no Diário de Pernambuco de 08 de fevereiro de 1871, sob o título “A alma do outro mundo. Conto do Norte”, também traz importantes observações com respeito à sua coreografia, onde este faz referência ao samba usado naquela época o qual dá origem aos passos usados no frevo tais como a tesoura, o caranguejo, etc.

                  Derivado de fervorescente, efervescente, ferver – palavras então conhecidas popularmente como frevedouro, frevorescente, efrevescente e frever  - , o frevo lembra ainda, segundo Luís da Câmara Cascudo (1977), “confusão, movimentação desusada, rebuliço, agitação popular”, ou ainda, para Pereira da Costa (1976), “apertões de grande massa popular no vaivém em direções opostas, como pelo carnaval e nos acompanhamentos de procissões, passeatas e desfiles de clubes carnavalescos”.
                   No meio dos clubes carnavalescos o vocábulo frevo  já se encontrava presente em 1907, segundo demonstra Evandro Rabello, em artigo publicado no Diário de Pernambuco de 11 de fevereiro de 1990. Naquele ano, 1907, o Clube Carnavalesco Empalhadores do Feitosa publica no jornal Pequeno, edição do sábado de carnaval, 9 de fevereiro, o repertório da agremiação onde aparece O Frevo como uma das marchas a ser executada pela orquestra.
                   Nos anos 30, com a popularização do ritmo pelas gravações em disco e sua transmissão pelos programas do rádio, convencionou-se dividir o frevo em FREVO-DE RUA, FREVO-CANÇÃO E FREVO-DE-BLOCO.
                   O uso da sombrinha deve-se a facilitar os movimentos acrobáticos do frevo.

                
Fonte – Encarte Cultural – Brincantes
Jornal do Commercio, 2000.

Nenhum comentário:

Postar um comentário